Von der Leyen defende aposta na condução autónoma na Europa
- 06/10/2025
Em setembro, a União Europeia apresentou um plano vasto para revitalizar a indústria automóvel europeia, incluindo a produção local de automóveis pequenos e mais acessíveis.
E, num setor em que a inovação tecnológica é uma constante, Bruxelas quer que os fabricantes apostem em carros de condução autónoma e com Inteligência Artificial integrada.
Numa intervenção durante a Italian Tech Week, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, citou os exemplos de outros mercados: "Hoje, a indústria está a passar por profundas transformações. E uma delas tem a ver com a Inteligência Artificial, claro. Carros de condução autónoma já são uma realidade nos Estados Unidos da América e na China. Por que é que não é o mesmo verdade na Europa?".
A líder comunitária falou na Italian Tech Week na semana passada em Turim. Propôs até a criação de uma "rede de cidades europeias onde os primeiros carros de condução autónoma possam ir para a estrada". Falou do interesse de 60 municípios italianos e apelou: "Vamos começar imediatamente!".
No entender de Ursula von der Leyen, a Inteligência Artificial aplicada nos automóveis pode ser uma aliada fundamental na redução do congestionamento de tráfego, melhorar a segurança rodoviária e "ligar zonas remotas aos transportes públicos".
E a dirigente sublinhou a tecnologia como chave para o setor: "Novas tecnologias podem salvar empregos e trazer uma lufada de ar fresco ao setor".
A ameaça chinesa e a regulamentação fragmentada
Ao mesmo tempo, as empresas chinesas dedicadas a tecnologias de condução autónoma consideram que a Europa é essencial para a sua expansão global - até pelas restrições que têm nos Estados Unidos da América.
Tu Le, fundador da Sino Auto Insights, afirmou à agência Reuters: "A Europa é o único mercado para o qual eles podem vir. Eles têm de fazer a jogada deles".
Uma das limitações da Europa é a fragmentação dos regulamentos, pretendendo consolidar a legislação e assim viabilizar os testes e desenvolvimento de sistemas de condução autónoma mais avançados.
Atualmente, a maioria dos países europeus permitem apenas condução autónoma de Nível 2, com intervenção permanente do condutor. Uma das poucas exceções é a Alemanha, onde a empresa local Vay já está a testar este tipo de tecnologias para autocarros e robotáxis.
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