Varane revela conversa com Mourinho: "Vou matar-me por este homem"
- 21/11/2025
Raphael Varane concedeu uma extensa entrevista à edição desta sexta-feira do jornal espanhol As, na qual abordou diversos temas, começando, desde logo, pelo processo que culminou na sua transferência do Lens para o Real Madrid, a troco de uma verba na ordem dos 11 milhões de euros, no verão de 2011, quando tinha apenas 18 anos de idade.
"Eu estava na casa da minha mãe, a estudar. Penso que era uma sexta-feira, à tarde, e tocou o telefone. Por aqueles dias, tocava tanto que eu quase não prestei atenção a quem falava do outro lado. 'Mais um', pensei. E, de repente, reconheci [Zinédine] Zidane", começou por afirmar, referindo-se àquele que era, na altura, o diretor desportivo dos merengues.
"A verdade é que me assustei, e perguntei-lhe se podíamos falar noutro momento, que estava muito ocupado. E ele, elegante como sempre, disse 'Sim, sim, claro' (...). Corri para o quarto do meu irmão mais velho, e disse-lhe 'Não vais acreditar no que aconteceu!'", atirou, entre risos, recordando a reação de Jonathan Varane: "Desligaste o telefone a Zidane? O que é que foste fazer?".
Quem também acabou por desempenhar um papel fundamental nesta mudança, desvendou o agora antigo internacional francês, foi José Mourinho, agora treinador do Benfica: "Não falámos por telefone, mas, antes de assinar, viajei para Madrid, e, aí sim, falei pessoalmente com ele. Eu precisava de saber se ele me queria mesmo".
"Mourinho tem muito carisma. Saí de lá a dizer 'Vou matar-me por este homem", completou a propósito do técnico português, que acabou por utilizá-lo num total de 48 jogos oficiais, entre 2011 e 2013. Pelo meio, a dupla conquistou uma La Liga e uma Taça do Rei, 'rompendo' com a hegemonia do Barcelona, de Pep Guardiola, Lionel Messi e companhia.
"Tiraram-me 72% do menisco"
Nesta mesma entrevista, Raphael Varane 'abriu o livro' à tão badalada lesão sofrida a 11 de maio de 2013, no empate a uma bola com o Espanyol, que obrigou José Mourinho a retirá-lo de campo logo à passagem do 19.º minuto, para dar o lugar a Xabi Alonso. Mais tarde, foi diagnosticado com uma rotura do menisco externo do joelho direito.
"Tive de mudar a minha forma de jogar, de correr, de tratar de mim... Aprendi muitíssimo a nível físico, de equilíbrio e de postura (...). Tive de trabalhar o dobro durante toda a minha carreira. O meu corpo tinha de ter o equilíbrio perfeito, para poder competir ao máximo nível. Caso contrário, sofria muito", confessou.
"Rompi o menisco externo, que é o mais complicado, e, na operação, tiraram-me 72% desse menisco. O meu corpo teve uma capacidade de adaptação especial, e protegeu o meu joelho. Não tinha, nem flexão, nem extensão completas, e isso protegia a articulação, mas sofri sequelas a nível do equilíbrio global", prosseguiu.
"Doía-me o joelho, o tendão de Aquiles, as costas... Mas a dor no joelho esteve lá sempre. Mesmo hoje, faço desporto e sinto dor. Fazer desporto é muito bom para a saúde, mas fazer desporto de elite não", rematou.
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