Trump admite estado de emergência para destacar militares nos EUA
- 07/10/2025
"Há uma razão para termos a Lei da Insurreição. Se tivesse de a invocar, invocaria. Se as pessoas estivessem a ser mortas e os tribunais nos impedissem, ou os governadores ou os presidentes de câmara nos impedissem, é claro que o faria", disse Trump à imprensa na Sala Oval.
A Lei de Insurreição, de 1807, permite aos Presidentes mobilizar contingentes das forças armadas em circunstâncias excecionais.
O presidente norte-americano já ordenou o envio de tropas para Los Angeles (Califórnia), Washington (Distrito de Columbia), e Memphis (Tennessee), aumentando a presença de militares e de forças de agências federais em cidades governadas pelos democratas - a oposição.
Um juiz federal na Califórnia determinou ser ilegal o destacamento de tropas para Los Angeles, o primeiro ordenado pelo Presidente republicano para reprimir os protestos contra a imigração.
A 28 de setembro, o presidente anunciou a decisão de enviar tropas com autorização para uso da "força total" em Portland, uma cidade que afirmou estar "devastada pela guerra".
Mas uma juíza federal bloqueou, durante pelo menos 14 dias, a mobilização de cerca de 200 soldados da Guarda Nacional do estado de Oregon para Portland, concluindo que Trump estava provavelmente a abusar do poder que lhe é atribuído pela Constituição.
Karin J. Immergut - uma juíza nomeada pelo atual presidente - disse que os protestos não representam "perigo de rebelião" e podem ser controlados pelas "forças policiais regulares".
O presidente reagiu ordenando o envio para o Oregon de tropas da Guarda Nacional vindas da vizinha Califórnia e depois do Texas, em vez do Oregon.
No domingo, Immergut deu provimento a uma ordem de restrição temporária solicitada pelo Oregon e pela Califórnia, impedindo o envio de tropas da Guarda Nacional para aquele estado.
Segundo o governador do Illinois, JB Pritzker, cerca de 300 soldados da Guarda Nacional do estado serão requisitados pelo governo federal e enviados para Chicago, juntamente com outros 400 do Texas.
O Chicago Sun Times noticia hoje que a mobilização das tropas começará imediatamente e durará 60 dias.
Um tribunal local decidiu hoje não suspender a mobilização da Guarda Nacional, até uma audiência sobre uma queixa apresentada pelo estado contra a decisão do governo federal.
Numa audiência em Chicago, April M. Perry, juíza federal do Illinois, recusou-se a bloquear imediatamente o envio da Guarda Nacional para Chicago para combater os protestos contra as operações de imigração no estado.
De acordo com os meios de comunicação locais, Perry disse em tribunal que precisa de tempo para analisar o caso antes de decidir se bloqueia ou não o envio de tropas, e agendou outra audiência sobre o assunto para quinta-feira.
Segundo confirmou um advogado do Governo norte-americano durante a audiência de hoje, as tropas serão enviadas para o Illinois na terça ou quarta-feira e receberão formação antes de iniciarem as operações.
O possível envio equivaleria a uma "invasão de Trump", afirmou o governador do Illinois, que pediu ao homólogo republicano do Texas, Greg Abbott, para a bloquear.
Contudo, Abbott, um apoiante incondicional de Trump, já autorizou o envio de tropas da Guarda Nacional do Texas para outros estados, como o Oregon e o Illinois.
Numa série de publicações na plataforma X, o governador republicano indicou que autorizou o governo federal a enviar "até 400 soldados" da Guarda Nacional para "fornecer proteção aos agentes federais".
As tensões com as rusgas policiais à imigração em Chicago e arredores aumentaram nas últimas semanas, com protestos a serem repelidos na maior parte dos casos com gás lacrimogéneo e detenções de dezenas de pessoas, incluindo cidadãos norte-americanos.
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