Sánchez recorda que "democracia é poder" 50 anos após a morte de Franco
- 20/11/2025
"Neste 20N [20 de novembro] celebramos o início da transformação que nos converteu na democracia plena e próspera que somos hoje. Celebramos opinar, pensar, votar e ser o que cada um quer", escreveu Sánchez nas redes sociais.
"A democracia é o nosso poder. Vamos defendê-la", acrescentou.
O líder do Governo de Espanha escreveu também um texto publicado no jornal digital eldiario.es em que sublinha o processo de democratização que fez Espanha desde 1975 e a diferença entre o país de hoje e o de há 50 anos, realçando que as melhorias e conquistas só foram possíveis por haver democracia.
"É precisamente agora, quando alguns idealizam regimes autoritários e se aferram à nostalgia de um passado que nunca existiu, que devemos dar um passo em frente na defesa de uma liberdade que durante tantos anos nos foi arrebatada", referiu, no mesmo texto.
A data de 20 de novembro de 1975 marca o início do fim da "última ditadura da Europa Ocidental", mas "a democracia não caiu do céu", acrescentou o governante, lembrando os dirigentes políticos da época em Espanha que alcançaram acordos para concretizar a mudança, mas também e sobretudo, os movimentos sociais e populares, que saíram às ruas e pressionaram e exigiram a democracia.
Espanha assinala hoje 50 anos da morte do general Francisco Franco, que liderou o golpe de Estado de 1936 contra o regime republicano democrático de então, dando origem a uma guerra civil até 1939 e à ditadura que se seguiu.
Mais de 500.000 pessoas morreram na guerra civil de 1936-1939 e há mais de 110.000 vítimas da guerra e da ditadura dadas como desaparecidas, segundo estimativas oficiais.
A guerra e o franquismo deixaram perto de 6.000 valas comuns em toda a Espanha onde estariam enterradas mais de 60 mil pessoas. Há ainda hoje cerca de 11 mil corpos por exumar e identificar, segundo um balanço recente do Governo espanhol.
Só em 2019 o Governo assumiu pela primeira vez que as exumações eram uma responsabilidade do Estado, tendo então sido aprovado um plano para acabar com as valas comuns, o que se espera que aconteça dentro de cerca de três anos.
Segundo uma sondagem de maio do Centro de Investigações Sociais (CIS), um organismo público que faz estudos de opinião em Espanha, para 17% dos espanhóis entre 18 e 24 anos e 17,4% dos que têm entre 25 e 24 anos, "em algumas circunstâncias", um "governo autoritário é preferível" a um regime democrático. São taxas, segundo o CIS, que aumentaram 10 pontos percentuais desde 2009.
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