República Checa regista recorde de incidentes antissemitas: "Vaga global"
- 21/11/2025
A Federação das Comunidades Judaicas indicou ter identificado 4.694 incidentes em 2024, um aumento de 8,5% face aos 4.328 do ano anterior.
O presidente da organização, Petr Papousek, afirmou que o país não é exceção a "uma vaga global de antissemitismo" desencadeada pela guerra de Israel contra os islamitas no Médio Oriente.
Papousek defendeu que a hostilidade se expressa sobretudo através da "demonização do Estado de Israel", algo que considera ter ganho aceitação social e dominado o espaço público, refletindo "uma convergência inédita entre extrema-direita, extrema-esquerda, movimentos islamistas e plataformas de desinformação, unidas por narrativas tradicionais de antissemitismo".
No relatório menciona-se que 96% dos casos ocorreram nas redes sociais, mas contabliza também quatro agressões físicas em 2024, em comparação com zero agressões registadas em 2023, todas relacionadas com o conflito no Médio Oriente.
Houve ainda 12 casos de profanação de cemitérios ou monumentos judaicos, o dobro do ano anterior.
Entre os casos referidos está a tentativa de ataque incendiário contra uma sinagoga na cidade de Brno, em janeiro de 2024, que levou à detenção de cinco adolescentes.
A polícia declarou que os jovens tinham sido radicalizados nas redes sociais pelo grupo Estado Islâmico, tendo dois deles sido acusados de crimes relacionados com terrorismo.
Apesar do aumento de incidentes, o relatório conclui que a República Checa continua a ser considerada um país seguro para a comunidade judaica.
A divulgação do relatório ocorre num contexto de elevada tensão internacional devido à guerra no Médio Oriente, segundo a ONU, desde o ataque do Hamas a Israel a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos.
Segundo o Hamas, mais de 69.000 palestinianos foram mortos no enclave pela retaliação de Israel.
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