Presidente sérvio nega envolvimento no alegado "safari de Sarajevo"

  • 21/11/2025

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, negou hoje as acusações feitas por um jornalista croata sobre o seu alegado envolvimento no chamado caso do "safari de Sarajevo", indicou a imprensa sérvia.

 

O caso decorreu durante o cerco a Sarajevo nos anos 1990 e envolve presumivelmente atiradores furtivos provenientes de Itália e de outros países que teriam viajado para a capital bósnia para, mediante o pagamento de grandes quantias de dinheiro, disparar por diversão sobre civis desarmados, incluindo mulheres e crianças.

"Nunca matei ou feri ninguém, nem alguma vez fiz algo semelhante", afirmou Vucic, citado pela agência noticiosa italiana ANSA, que, por sua vez, se baseia na imprensa sérvia.

O jornalista de investigação croata Domagoj Margetic apresentou uma queixa contra Vucic na Procuradoria de Milão, alegando o seu envolvimento.

Segundo alegadas provas na posse do jornalista, Vucic, então um jovem voluntário, esteve presente num dos postos militares sérvios em Sarajevo de onde, segundo testemunhas, cidadãos estrangeiros e unidades ultranacionalistas sérvias disparavam e matavam civis.

Vucic classificou as alegações como vergonhosas e "totalmente falsas".

"Nunca na minha vida fui atirador furtivo, nunca segurei a espingarda de que falam. Tenham vergonha", declarou, denunciando uma campanha difamatória e mentirosa contra si, que o pretende retratar como um monstro e um assassino implacável.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sérvio também reagiu de forma veemente às acusações contra Vucic.

Num comunicado, o ministério condenou a divulgação de "afirmações sensacionalistas e infundadas" e de "reconstruções inventadas", resultado de uma "desinformação coordenada" destinada a "prejudicar a imagem da Sérvia e das suas instituições". 

Sublinhando que Vucic nunca esteve associado a guerra ou crimes de guerra, o ministério critica o facto de "questões que remontam a períodos da história dos Balcãs estarem novamente a ser usadas como instrumento de manipulação política, alimentando tensões e incentivando a desestabilização da nossa região". 

Trata-se, acrescenta o comunicado, de uma "campanha mediática enviesada" que visa criar uma "imagem distorcida e hostil da Sérvia".

Safari de guerra: O que se sabe sobre snipers estrangeiros em Sarajevo?

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Entre abril de 1992 e fevereiro de 1996, Sarajevo foi vítima do mais longo cerco da história moderna. Em quatro anos, mais de 11.500 pessoas foram mortas na cidade, incluindo várias centenas de crianças, segundo números oficiais bósnios.

Lusa | 17:06 - 18/11/2025

Entre abril de 1992 e fevereiro de 1996, Sarajevo foi vítima do mais longo cerco da história moderna e de uma guerra que devastou a Bósnia e causou mais de 100.000 mortos.

Segundo vários meios de comunicação social italianos, o Ministério Público de Milão abriu uma investigação sobre as supostas viagens de italianos ricos que se divertiam atirando de cima dos edifícios contra civis presos na cidade, mas foram poucos os pormenores divulgados.

A justiça bósnia, que se ocupou das mesmas acusações em 2022, afirma que ainda está a conduzir a sua investigação.

No início de abril de 1992, as forças sérvias da Bósnia, que recuperaram armas do Exército Federal Jugoslavo, lançaram um cerco a Sarajevo. Em quatro anos, mais de 11.500 pessoas foram mortas na cidade, incluindo várias centenas de crianças, segundo números oficiais bósnios.

Os nomes das crianças assassinadas estão hoje gravados num memorial no centro da cidade -- uma lembrança diária da tragédia que Sarajevo sofreu.

Muitas dessas vítimas foram mortas por atiradores posicionados nas colinas em redor da cidade -- e a maior artéria da cidade foi batizada pelos jornalistas internacionais de "Sniper Alley" durante a guerra, constituindo uma forma de aterrorizar a população civil, explicou em várias sessões dos julgamentos o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia.

Nenhum atirador furtivo ('sniper') foi pessoalmente responsabilizado, pois todas as condenações visaram os responsáveis e o comando.

Leia Também: Mãe de vítima mortal de desabamento na Sérvia termina greve de fome

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2892185/presidente-servio-nega-envolvimento-no-alegado-safari-de-sarajevo#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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