Presidente do Egito saúda esforços dos EUA sobre Gaza
- 06/10/2025
Os contactos no Cairo devem abordar a questão da troca dos reféns israelitas por prisioneiros palestinianos em Israel e a possibilidade de um cessar-fogo.
Num discurso que assinalou a guerra israelo-árabe de outubro de 1973 (Guerra do Yom Kippur), Abdel al-Sisi expressou gratidão ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela iniciativa sobre o eventual cessar-fogo em Gaza.
"Um cessar-fogo, o regresso de prisioneiros e detidos, a reconstrução de Gaza e o lançamento de um processo político pacífico que conduza ao estabelecimento e reconhecimento do Estado Palestiniano significam que estamos no bom caminho para uma paz e estabilidade duradouras", acrescentou o chefe de Estado do Egito.
O Hamas confirmou hoje que a delegação está presente no Egito para as negociações indiretas com representantes de Israel.
De acordo com o jornal palestiniano Filastin, o grupo que controla Gaza declarou hoje que a delegação, liderada pelo negociador chefe do grupo, Khalil al-Hayya, está no Cairo para iniciar negociações sobre os mecanismos para um cessar-fogo, a retirada das forças de Israel e uma troca de prisioneiros.
Al-Hayya vai participar na primeira ronda de negociações com Israel depois Telavive ter bombardeado a delegação do Hamas no Qatar, no passado dia 09 de setembro, em que morreram seis pessoas.
O responsável negou ainda relatos publicados na imprensa da região e que citam uma fonte do grupo sobre a entrega gradual de armas sob supervisão internacional.
No domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel vai enviar uma delegação ao Egito --- liderada pelo ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer --- para abordar a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza e um cessar-fogo.
A organização palestiniana Fatah, adversária do Hamas que controla a Autoridade Palestiniana, enfatizou a necessidade de "todas as partes envolvidas cumprirem integralmente" os compromissos no plano dos Estados Unidos.
Citada pela agência de notícias WAFA, referiu-se "à libertação dos detidos", à entrega imediata de ajuda humanitária, alimentos e assistência médica, e ainda a retirada "completa das forças de ocupação (Israel)" de todos os territórios e campos de deslocados na Faixa de Gaza.
O Comité Central do Fatah disse ainda que vai manter-se em "sessão permanente" para analisar a situação.
A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas, que controla o enclave, contra território israelita no dia 07 de outubro de 2023.
O ataque fez cerca de 1.200 mortos e 250 pessoas foram sequestradas pelo Hamas.
A resposta militar de grande escala de Israel fez até ao momento mais de 67 mil mortos no enclave costeiro palestiniano.
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