Polónia adere a programa de apoio a Kyiv com 100 milhões de dólares
- 20/11/2025
O chefe da diplomacia de Varsóvia, Radoslaw Sikorski, confirmou a decisão em declarações à imprensa, antes do início do Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) em Bruxelas, onde se encontra também o homólogo ucraniano, Andrii Sybiga.
O ministro polaco afirmou que a verba para o programa PURL (na sigla em inglês) será transferida do orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Polónia.
O PURL (lista de necessidades prioritárias da Ucrânia) é um mecanismo coordenado pela NATO e por Washington para financiar a compra de armamento norte-americano que Kyiv designou como essencial, nomeadamente equipamento de defesa aérea e munições.
Através deste mecanismo, os aliados europeus da Ucrânia contribuem com fundos para a aquisição de equipamentos militares fabricados exclusivamente pelos Estados Unidos, como os intercetores Patriot e Himars e munições de 155 mm.
A contribuição polaca surge depois de Varsóvia ter optado inicialmente por não aderir à iniciativa, embora o ministro dos Negócios Estrangeiros não tenha explicado o motivo da mudança de política.
Além disso, Sikorski destacou que, embora os aliados apoiem todos os esforços de paz, "é a Europa que está a apoiar amplamente a Ucrânia, tanto financeira como militarmente", numa alusão a um presumível plano da Casa Branca (presidência norte-americana) para o conflito entre Kyiv e Moscovo.
"A segurança da Europa será aumentada ou diminuída em função da forma como esta guerra terminar, por isso, é claro que, como Europa, exigimos ser incluídos nestas decisões", insistiu o governante da Polónia, país que faz fronteira com a Ucrânia.
O ministro defendeu ainda, a propósito do plano, que "não é a capacidade da vítima para se defender que deve ser limitada, mas a capacidade do agressor [Rússia] para levar a agressão avante".
Vários órgãos de informação internacionais revelaram na quarta-feira uma proposta de Washington, que implica a cedência de território da Ucrânia à Rússia - em concreto, a região do Donbass (leste), parcialmente ocupada por Moscovo, e a península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014 - e a redução das forças armadas ucranianas para 400 mil efetivos, segundo o portal de notícias norte-americano Axios.
A alta representante para os Negócios Estrangeiros da UE rejeitou hoje qualquer plano que não tenha o acordo do país invadido e a participação europeia, recordando a Washington de que, neste conflito, "há um claro agressor e uma vítima".
Sem adiantar detalhes, Kaja Kallas disse antes do início da reunião de hoje dos ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, que o encontro ia debruçar-se sobre as "notícias recentes".
Leia Também: Ucrânia? UE avisa EUA: "Pressão tem de estar no agressor, não na vítima"















