Pelo menos 30 rebeldes mortos na fronteira do Paquistão com o Afeganistão
- 20/11/2025
"Em 19 de novembro, 23 combatentes foram mortos", indicou o exército em comunicado, acrescentando que os rebeldes pertenciam aos talibãs paquistaneses [Tehrik-i-Taliban Pakistan -- TTP].
O exército paquistanês referiu que estes rebeldes foram treinados no Afeganistão, partilhavam a mesma ideologia dos talibãs afegãos e de grupos afiliados, acusando-os também de agir em nome do inimigo declarado do país, a Índia.
As operações militares aconteceram no distrito de Kourram, na província de Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão.
Sete rebeldes foram também mortos em outras três operações militares realizadas nos dias 18 e 19 de novembro nos distritos de Mohmand, Lakki e Marwat, na mesma província, de acordo com o exército paquistanês.
"O Paquistão vai continuar a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para eliminar a ameaça terrorista apoiada e financiada pelas potências estrangeiras no país", acrescentou na mesma nota.
Nos últimos meses, Islamabad tem acusado repetidamente Nova Deli, com quem teve um conflito armado em maio, de apoiar os rebeldes em território paquistanês.
Desde o regresso ao poder dos talibãs afegãos, no verão de 2021, o Paquistão tem assistido a um ressurgimento de ataques contra as forças de segurança e acusa o Afeganistão de apoiar os talibãs paquistaneses, acusação que os afegãos negam.
Estes ataques ocorreram uma semana após um atentado suicida em frente a um tribunal de Islamabad, no qual morreram 12 pessoas e dezenas ficaram feridas, na semana passada. Este ataque foi reivindicado por uma fação talibã paquistanesa e orquestrado a partir do Afeganistão, segundo Islamabad, que deteve quatro suspeitos.
As relações entre o Paquistão e o Afeganistão, tensas devido a estes problemas de segurança recorrentes, deterioraram-se ao ponto de ocorrer confrontos em meados de outubro.
Os combates ocorreram sobretudo na fronteira, mas o conflito estendeu-se também a Cabul, atingida por explosões atribuídas a Islamabad.
Os países vizinhos acordaram uma uma trégua frágil, cujos detalhes não conseguiram definir apesar de várias rondas de negociações, paralisadas por questões de segurança. Ambos ameaçaram retaliar em caso de novos ataques aos respetivos territórios.
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