Pelo menos 13 mortos e 19 feridos num ataque das RSF contra Al-Fashir
- 06/10/2025
"Treze pessoas morreram e outras 19 ficaram feridas, incluindo sete crianças e uma mulher grávida, em bombardeamentos deliberados de artilharia das RSF [Forças de Apoio Rápido] contra bairros da cidade de Al-Fashir", afirmou num comunicado a ONG local Rede de Médicos do Sudão.
A organização condenou "os crimes contínuos cometidos" pelos paramilitares contra civis desarmados em Al-Fashir, capital do estado ocidental de Darfur do Norte e último reduto do exército, e alertou que a cidade se encontra em "condições sanitárias precárias e com a maioria dos centros médicos fora de serviço".
"Inúmeros corpos e feridos permanecem presos nas zonas atacadas, cujo número é desconhecido, devido aos contínuos bombardeamentos, confrontos e dificuldades de acesso", acrescentou.
Além disso, a ONG afirmou que o que está a acontecer em Al-Fashir "constitui um crime de guerra" e "um ataque sistemático contra a vida civil", apelando à comunidade internacional para "tomar medidas urgentes para deter os ataques contra civis e abrir corredores humanitários".
A cidade de Al-Fashir, que acolhe centenas de milhares de pessoas deslocadas pela guerra, está sob cerco e bombardeamentos contínuos das RSF desde meados de 2024, enquanto o exército sudanês reforça a cidade porque a sua queda significaria deixar toda a extensa região ocidental de Darfur nas mãos dos paramilitares.
A Organização das Nações Unida estima que, desde o início da guerra em abril de 2023, mais de 13 milhões de pessoas foram forçadas a deslocarem-se dentro ou fora do país, enquanto o número de mortos chega a dezenas de milhares, sem um registo preciso.
A cidade estratégica de Al-Fashir tornou-se a principal frente do conflito, que começou em 15 de abril de 2023, entre o exército sudanês, controlado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, e as RSF, comandadas pelo general Mohamed Daglo.
Leia Também: Sudão: 73 crianças e 22 adultos morreram por fome e doenças