Partido Anamola critica exclusão no diálogo e anuncia auscultação paralela

  • 05/10/2025

"Nenhum dos partidos que hoje se outorga parte deste debate, deste cenário, na direção dos trabalhos do diálogo inclusivo, esteve na rua e protestou ativamente contra as injustiças eleitorais. Muito pelo contrário, como bebés, correram e foram sentar na Assembleia da República", disse o secretário-geral da Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamola), Messias Uarreno, referindo-se à exclusão do partido do processo.

 

O partido Anamola, criado por Venâncio Mondlane, enviou, em 25 de agosto, uma carta ao chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, a propor a sua integração no diálogo político em curso no país, pedindo a discussão do assunto no parlamento.

A auscultação pública arranca segunda-feira em todo território nacional, tendo o partido de Mondlane criticado, hoje, em conferência de imprensa, a falta de resposta ao seu pedido de inclusão, referindo que esta organização tem direito porque "nasceu das reivindicações eleitorais" que levaram a este diálogo para as reformas estatais.

"Quem esteve na rua, quem reivindicou as injustiças eleitorais foram os moçambicanos que se reviam e se reveem nos ideais de Venâncio Mondlane e foi por causa da sua luta e do martirizado povo moçambicano, que inalou gás lacrimogéneo por meses (...) que ainda continua e que vive com feridas abertas e balas de chumbo no corpo, que este diálogo, hoje dito inclusivo, tem lugar", disse o secretário-geral do partido.

 "O contrário deste cenário é falácia. Estes são factos insofismáveis. Ignorar esta franja como parte ativa do diálogo, com o mesmo papel de igualdade de direitos, de estar na condução do diálogo inclusivo, não só é ignorar a voz de uma parte substancial da população, mas também é perpetuar a desconfiança em relação às instituições democráticas que já enfrentam desafios consideráveis", acrescentou Messias Uarreno.

Face a este cenário, o partido Anamola anunciou que vai avançar com uma auscultação paralela, prometendo entregar os resultados deste trabalho à Comissão Técnica para o Diálogo Nacional (Cote), criada para operacionalizar este diálogo.

"O partido, face ao mutismo absoluto em relação à sua carta para inclusão na Cote (...) irá promover uma auscultação pública particular para o aprofundamento da sua proposta de reformas e de visão de sonho e projeto de sociedade que o povo tanto anseia depois de 50 anos de exclusão sistemática e programática", disse o secretário-geral do partido.

Em 10 de setembro, Mondlane esclareceu que o partido quer fazer parte da comissão técnica do diálogo político em curso em Moçambique, após o chefe de Estado descartar cartas e requerimentos para integrar o processo.

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, promulgou em abril a lei relativa ao Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, aprovada dias antes no parlamento, com base no acordo com os partidos políticos, assinado em 05 de março, para ultrapassar a violência e agitação social que se seguiu às eleições gerais de outubro.

O acordo para pacificação de Moçambique envolveu a criação da Comissão Técnica para o Diálogo Nacional, que vai tratar, em dois anos, da definição de forças de segurança republicanas e apartidárias, de um novo modelo eleitoral, da revisão da Constituição da República, da reconciliação, unidade nacional e descentralização governativa.

O arranque da fase de auscultação pública ao nível das províncias e da diáspora do diálogo nacional inclusivo arranca em 06 de outubro, tendo a Presidência da República anunciado que "serão criadas brigadas que irão trabalhar em todas as províncias, em todos os distritos e na diáspora, com vista a ouvir, a auscultar e a criar espaço para que todas as pessoas (singulares e coletivas) possam participar".

Moçambique viveu desde as eleições de 09 de outubro de 2024 um clima de agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, no poder, e empossado como quinto Presidente do país.

Leia Também: Parlamento moçambicano recorda guerra que matou milhares no país

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2865246/partido-anamola-critica-exclusao-no-dialogo-e-anuncia-auscultacao-paralela#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. sonhos

voz da verdade

top2
2. lugares altos

renascer praiser

top3
3. soldado ferido

junior

top4
4. com muito louvor

cassiane

top5
5. fiel toda vida

rose nascimento

Anunciantes