Ordem queixa-se da sobrecarga por falta de médicos em Moçambique
- 21/11/2025
"O rácio recomendado pela OMS [Organização Mundial da Saúde] é de um médico para mil habitantes, entretanto, nós estamos muito longe desse rácio. Então, o que daí pode resultar é uma sobrecarga por parte dos médicos que estão no serviço", apontou o bastonário da ordem, que falava aos jornalistas à margem do 1.º Congresso Nacional de Medicina Interna, que termina esta sexta-feira em Maputo.
De acordo com Manhiça, uma das áreas mais afetadas pela falta de profissionais é a medicina interna, por isso a Ordem recomenda maior expansão do centro de formação de médicos especialistas, para além da disponibilização de meios para o tratamento de pacientes.
"O total de médicos que nós temos inscritos na Ordem ronda os 6.000 médicos, mas devido à situação financeira em que o país se encontra, outros há que não conseguem inscrever-se e nem conseguem entrar em prática, porque o grande consumidor da mão de obra médica, que é o Estado, não tem condições para poder contratá-los e pagar os seus serviços", lamentou Gilberto Manhiça.
Acrescentou que, ao nível da Ordem, existem médicos formados interinamente, decorrendo ações para encontrar espaços para que também beneficiam de formação especializada, e assim suprir a demanda e criar um ecossistema de auto suficiência em Moçambique com relação a médicos especializados.
O setor da saúde moçambicano enfrenta há vários anos greves e paralisações convocadas pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos.
O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou também, nos últimos dois anos, diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários, convocadas pela Associação Médica de Moçambique (AMM) exigindo as melhorias das condições de trabalho.
O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.
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