Orbán quer que a UE recue do "beco sem saída" que é a guerra
- 21/11/2025
"Temos de recuar deste beco sem saída. O verdadeiro problema é que os líderes europeus decidiram que querem entrar em guerra", disse Orbán no seu discurso de hoje na rádio pública Kossuth.
Orbán insistiu que os planos europeus de apoio à Ucrânia "devem ser bloqueados", uma vez que isso implica "um programa de armamento que será muito dispendioso".
O primeiro-ministro reiterou que a Hungria rejeita a proposta apresentada pela presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, no qual os Estados-membros da UE devem fornecer à Ucrânia 135 mil milhões de euros em apoio fiscal e militar.
Orbán voltou a afirmar que este plano é "absurdo" e realçou que "o dinheiro húngaro pertence aos húngaros" e que o Governo não está disposto a retirar dinheiro do orçamento para enviar para a Ucrânia.
A Hungria é um dos países que mais beneficia da sua adesão à UE, recebendo aproximadamente quatro mil milhões de euros a mais do que contribui para o orçamento comum.
Orbán, o aliado mais próximo de Moscovo na UE, opõe-se ao apoio militar à Ucrânia, um país vizinho que tem sido atacado pela Rússia desde 2022.
Em relação aos escândalos de corrupção que têm assolado o Governo ucraniano, Orbán pediu a criação de um mecanismo para "monitorizar para onde vai o dinheiro" que a Europa envia para Kiev e afirmou, sem apresentar provas, que "grandes somas de dinheiro estão a desaparecer".
O primeiro-ministro húngaro, que é também um aliado próximo do Presidente norte-americano, Donald Trump, referiu que os EUA estão a trabalhar num plano de 28 pontos que prevê, entre outras coisas, a cedência de territórios no leste da Ucrânia à Rússia em troca de uma garantia de segurança de Washington para Kiev e o resto da Europa contra uma possível nova agressão russa.
"As próximas duas ou três semanas serão cruciais. Algo está a acontecer", disse, aludindo às conversações de paz planeadas entre Trump e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Budapeste, que foram canceladas.
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