OE2026: Ventura acusa PS de ser "muleta do PSD" e "inútil à democracia"
- 20/11/2025
"O PS não aprova este orçamento por qualquer questão de responsabilidade ou de peso de consciência. O PS aprova este orçamento porque se tornou na muleta do PSD no parlamento", defendeu André Ventura no arranque do debate para apreciar na especialidade o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).
O líder do Chega defendeu que o PS "arranja sempre um motivo para viabilizar o orçamento" porque se tornou "inútil na democracia".
Ventura prometeu que "as portagens vão mesmo acabar onde tiverem que acabar em Portugal" e "as pensões, o que puderem subir, subirão".
O Chega tem várias propostas para eliminação de portagens, mas estas declarações do líder do partido deixam a porta aberta à viabilização das medidas do PS para isentar de portagens na autoestrada A6 e nos troços da A2 que servem o Alentejo para residentes e empresas com sede na região.
A bancada socialista quer ainda suspender temporariamente as portagens para pesados na A41, A19 e A8 enquanto são realizados estudos sobre congestionamento e modelos futuros de financiamento da rede rodoviária.
Voltando-se para o Governo, Ventura criticou o alerta que tinha sido deixado momentos pelo secretário de Estado adjunto e do Orçamento de que não há margem para novas propostas.
"Quem estiver em casa deve pensar assim: que raio de orçamento é este, que se mexermos no IVA das rações dos animais desestrutura e faz desfazer todo o orçamento. É um orçamento que só pode ser duas coisas: ou é um mau orçamento porque é mau e tem más normas, ou é um mau orçamento porque foi feito por gente incompetente", condenou.
O líder do Chega afirmou que este orçamento "mantém a mesma e velha lógica de continuar a sacar nos impostos indiretos às pessoas para fingir que dá alguma coisa nos outros impostos".
"Nestes três pontos, impostos indiretos, impostos sobre os combustíveis, o adicional do IUC e as portagens são o símbolo maior de que no essencial, no grosso, este orçamento não é muito diferente dos orçamentos de António Costa", comparou.
Já o liberal Mário Amorim Lopes afirmou que se o astronauta Neil Armstrong aterrasse no parlamento "diria que este Orçamento do Estado é um pequeníssimo passo para o país".
"É melhor que os orçamentos do PS? Com certeza, o PS joga na distrital, na divisão de honra. (...) Com certeza que será melhor que os orçamentos do PS, mas isso não deve ser motivo de orgulho, isso é o que se espera", apontou.
A IL considerou "impossível não olhar para o ramalhete" de propostas e destacar "algumas que são completamente descabidas" como a ideia do PS, partilhada com o Chega, de que se deve "colocar um agricultor em Bragança, que na maior parte do tempo só usa o seu trator e não usa autoestradas, a subsidiar o uso de autoestradas por pessoas bem mais ricas do que ele".
"Queremos também que haja crescimento económico. As empresas são motor de crescimento de riqueza, por muito que a esquerda não goste disso. Temos de aliviar os impostos às empresas, para que elas possam efetivamente crescer", disse.
Pelo CDS-PP, um dos partidos que suporta o Governo, Paulo Núncio considerou que "este é um orçamento ambicioso, realista e prudente".
"É um orçamento ambicioso, porque traz crescimento económico, impulsionado pelas reduções de impostos e, em particular, do IRS e do IRC", considerou, sublinhando que o documento "aponta para metas credíveis, ao contrário dos cenários tremendistas da oposição".
O centrista vê este documento como "um orçamento prudente" porque "mantém as contas públicas equilibradas" e "não entra em loucuras orçamentais", apelando aos maiores partidos da oposição para que "mostrem responsabilidade política" e não entrem "em novos conluios irresponsáveis que possam pôr em causa o equilíbrio orçamental durante a fase da especialidade".
[Notícia atualizada às 11h52]
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