Ministro da Defesa de Moçambique pede apoio na "luta contra o terrorismo"
- 21/11/2025
"A colaboração internacional é vital para garantir a paz e a estabilidade não só de Moçambique, mas em toda a região. Juntos podemos construir um futuro mais seguro e próspero para os nossos países", disse Cristóvão Chume, na abertura da reunião anual de adidos de defesa acreditados no país, em Maputo.
Segundo o responsável, ações certas envolvem "parceiros e decisões acertadas" e os adidos de defesa, muito mais que meros "observadores", desempenham uma "peça-chave" na arquitetura da cooperação técnico-militar entre os Estados, sendo ainda "atores estratégicos" que aproximam as forças armadas, promovem a oportunidades de parceria, projetos de cooperação conjunta que reforçam as capacidades mútuas.
"Por isso a vossa presença no nosso país faz-nos acreditar que temos parceiros certos para tomarmos decisões acertadas na luta contra todo o tipo de males que infligem a nossa nação, desde a luta contra o terrorismo no norte do país até a construção de infraestruturas robustas para capitalizar os nossos quadros", disse o ministro.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia. Entretanto, verificam-se atualmente novas movimentações dos grupos armados no distrito de Memba, na província de Nampula, também no norte de Moçambique.
Chume pediu ainda a contribuição destes membros na capacitação técnica e doutrinária das tropas nacionais "através da partilha de boas práticas e da formação em academias militares", estimular operações combinadas e conjuntas, incluindo missões combinadas de paz e intercâmbio e, sobretudo, "que se juntem ao lado de Moçambique na luta contra o terrorismo" no norte do país, onde, reiterou, "continuamos a enfrentar uma insurgência armada que tem posto a prova a nossa resiliência, coesão e prontidão operacional".
"O mundo hoje é marcado por uma crescente interconexão de ameaças, desde o terrorismo transnacional, até o tráfico de drogas e imigração ilegal. Por isso é essencial que continuemos a fortalecer os nossos mecanismos de cooperação para juntos ultrapassarmos estes males, que tende a evoluir ao longo do tempo", acrescentou o governante.
Cerca de 30 mil pessoas estão deslocadas devido aos ataques de rebeldes no distrito de Memba, na província de Nampula, norte de Moçambique, anunciou o governador local, referindo que o drama humano é devastador.
"O número de pessoas deslocadas já ascende a cerca de 30 mil. São vidas em rutura, famílias desfeitas, crianças arrancadas à normalidade, comunidades inteiras em fuga perante a violência", disse o governador de Nampula, Eduardo Abdula, durante campanha de doação de alimentos para as vítimas dos ataques em Memba, citado hoje pela comunicação social.
Segundo o responsável, a situação de ataques de grupos armados em Memba "agrava-se a cada dia, cada hora e cada segundo", o que condiciona a realização de exames escolares de cerca de 4.000 alunos, iniciados na quinta-feira em todo o país.
A Organização das Nações Unidas estimou, também na quarta-feira, que cerca de 128 mil pessoas tenham fugido, numa semana, das povoações de Lúrio e Mazula, em Memba, após ataques de grupos extremistas.
De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, os ataques coordenados de grupos armados não estatais desde 10 de novembro intensificaram-se nos distritos de Memba e Eráti, Nampula, havendo o relato de casas e uma escola incendiadas, propriedades saqueadas e civis mortos, feridos ou sequestrados.
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