Homem que burlou compradores de imóveis suspeito de 19 crimes
- 20/11/2025
O homem de 48 anos detido pela Polícia Judiciária (PJ), no distrito de Setúbal, por se apropriar de mais de três milhões de euros em vários crimes de burla qualificada no âmbito de negócios imobiliários, ficou em liberdade, sendo sujeito à medida de coação de proibição de contactos. Em causa estão, pelo menos, 19 crimes de burla.
Segundo a Procuradoria da República da Comarca de Setúbal, o Ministério Público apresentou a primeiro interrogatório judicial um arguido, na qualidade de pessoa singular e de representante legal de uma sociedade unipessoal por si constituída, também arguida.
Em causa, explicou a procuradoria, estão "factos suscetíveis de integrar a prática de 19 crimes de burla qualificada e um crime de falsificação de documento".
"Encontra-se fortemente indiciado que os arguidos celebravam contratos promessa de compra e venda de imóveis que sabiam não poder cumprir, tendo inclusivamente prometido vender os mesmos imóveis por duas e três vezes", lê-se.
O homem criava "nos ofendidos a convicção de que iriam posteriormente celebrar os contratos definitivos", fazendo-os pagar "sinais, reforço de sinais e adiantamentos de pagamentos". No total, apropriou-se de, pelo menos, 3.166.700 euros.
Após ser pretende a primeiro interrogatório judicial, o arguido ficou sujeito à "medida de coação de proibição de contactos com quaisquer testemunhas no âmbito dos autos ou com qualquer interveniente nos factos descritos" por se considerar verificado o perigo de perturbação do inquérito.
As investigações prosseguem sob a direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Setúbal, com a coadjuvação da Polícia Judiciária de Setúbal.
Homem delineou plano para "apropriar-se de valores monetários de terceiros"
Sublinhe-se que, esta manhã, a PJ informou que "localizou e deteve um homem de 48 anos, fortemente indiciado pela prática de vários crimes de burla qualificada no âmbito de negócios imobiliários, com um lucro ilícito apurado, até ao momento, de mais de três milhões de euros".
Segundo a PJ, o suspeito delineou um plano "para, a partir de investimentos imobiliários, apropriar-se de valores monetários de terceiros".
Em 2017, constituiu uma empresa direcionada para a construção de empreendimentos imobiliários, "no âmbito dos quais vieram a ser construídos vários imóveis para venda", no concelho de Palmela.
Depois, na "qualidade de representante legal da empresa, utilizou em algumas situações os serviços de empresas do ramo imobiliário e agentes imobiliários, que serviam de intermediários na venda dos imóveis, antes da conclusão destes".
Foram, depois, efetuados "contratos de promessa de compra e venda com os potenciais compradores" e o suspeito recebeu o "corresponde sinal" dos imóveis, apurando-se que chegou a receber pagamentos da quase totalidade dos imóveis antes da conclusão da construção.
Segundo a PJ, foram também "detetadas situações em que o mesmo imóvel foi vendido a vários compradores distintos".
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