Guineenses em Portugal apelam ao voto nas eleições de domingo

  • 21/11/2025

"Não podemos permitir que o silêncio ou o medo determinem o futuro da Guiné-Bissau. Cada cidadão deve ser um ator deste processo, vigilante e comprometido com a mudança", lê-se numa carta aberta ao povo guineense, redigida pelo movimento político Firkidja di Pubis, composto por ativistas, estudantes e trabalhadores, que se dizem comprometidos com as liberdades democráticas na Guiné-Bissau.

 

Para os subscritores da missiva, o país merece "outra direção, merece estabilidade, respeito institucional, paz e progresso. Merece voltar a sonhar com a liberdade e com um futuro de justiça".

"A ditadura nada oferece ao povo; só serve aos interesses de quem a mantém", prosseguem os autores, para quem durante os seis últimos anos do regime encabeçado por Umaro Sissoco Embaló "o povo guineense foi forçado a viver num clima permanente de medo".

"A instrumentalização das instituições judiciais para perseguir adversários, raptos, espancamentos e intimidações tornaram-se rotina. Cidadãos que ousaram denunciar abusos foram violentamente reprimidos. Assistimos a ataques armados a sedes de partidos políticos, órgãos de comunicação social e residências de dirigentes e comentadores políticos que não se alinharam com a narrativa do poder", lê-se na carta.

O movimento Firkidja di Púbis considera que a Constituição guineense "foi continuamente violada".

"O país testemunhou a degradação acelerada das instituições do Estado. A Presidência da República passou a comportar-se como o único órgão soberano, atropelando todos os demais órgãos do Estado através de ações arbitrárias e violentas. O Parlamento foi dissolvido sem fundamento legal; ministros e magistrados foram afrontados; decisões judiciais foram manipuladas; e a separação de poderes, essência dos atuais Estados de Direito Democrático, foi destruída", consideram.

Sobre as eleições gerais de domingo, os subscritores desta carta aberta recordam que foram organizadas "por um regime que tem demonstrado medo dos seus adversários políticos, ao ponto de excluir alguns injustamente do processo eleitoral, o que retira a justiça ao processo, além de ser realizado num contexto em que as principais instituições de organização e fiscalização das eleições, nomeadamente o Governo, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE), estarem ao serviço da ditadura 'sissoquista'".

o Supremo Tribunal de Justiça rejeitou a inscrição daquele que era apontado como principal adversário, Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e a coligação que liderava, a PAI-Terra Ranka - vencedora das legislativas de 2023 e afastada do poder com a dissolução do parlamento, no mesmo ano.

Ainda assim, o Firkidja di Pubis apela ao voto, por considerar que este pode "pôr fim ao ciclo de medo, instabilidade e violência".

Para as eleições de domingo na Guiné-Bissau estão inscritos 966.152 eleitores, que irão escolher o Presidente da República e a composição da Assembleia da República.

A corrida à Presidência da República da Guiné-Bissau conta com um total de 12 candidatos, nomeadamente o atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que concorre para um segundo mandato.

Concorrem às eleições legislativas 14 candidaturas e uma única coligação, a Plataforma Republicana "Nô kumpu Guiné", apoiante de um segundo mandato de Embaló.

Leia Também: Advogados esperam que eleições guineenses resgatem Estado

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2892266/guineenses-em-portugal-apelam-ao-voto-nas-eleicoes-de-domingo#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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