França atenta e preocupada com ações militares dos EUA nas Caraíbas
- 20/11/2025
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Pascal Confavreux, disse que o país está a seguir "com atenção e com alguma preocupação a sucessão de bombardeamentos norte-americanos" e as mortes que causaram, quando questionado sobre as operações militares de Washington na região, particularmente ao largo da costa da Venezuela.
Confavreux salientou que existe uma preocupação partilhada com os Estados Unidos e os países da região sobre "a ameaça que representa o tráfico de droga" e sublinhou a "total determinação" da França em "mobilizar todos os meios para cortar o fluxo e desencorajar os traficantes".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, apresentou na semana passada, durante uma visita pela América Latina, uma dezena de acordos de cooperação que a França tem com países latino-americanos.
Durante a sua visita, Barrot apoiou igualmente o projeto de criação de uma academia de formação para profissionais da luta contra o tráfico de droga, que começará a funcionar em Santo Domingo, na República Dominicana, em 2026.
Hoje, o chefe de diplomacia francesa defendeu perante os seus parceiros da União Europeia em Bruxelas a aplicação de um regime transversal de sanções contra os autores da criminalidade organizada, incluindo o tráfico de droga.
"Estas sanções podem ter um impacto real", acrescentou o porta-voz ministerial, que recordou o interesse da França em combater o tráfico de droga nas Caraíbas, dada a sua presença na região com três departamentos ultramarinos, Guiana Francesa, Martinica e Guadalupe.
As ações de Washington desde 01 de setembro já provocaram pelo menos 83 mortos em ataques que destruíram cerca de 20 embarcações, tanto nas Caraíbas como no oceano Pacífico.
Cerca de 10 mil soldados foram mobilizados, segundo fontes oficiais, e um dos principais navios da Marinha dos EUA, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do Pentágono, foi posicionado junto à costa venezuelana.
A Venezuela e a Colômbia têm criticado aquela que consideram ser uma presença militar excessiva, com o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a acusar Washington de querer entrar num confronto direto com Caracas.
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