Família alemã devolve 12 artefactos à Etiópia. Eram mantidos há 100 anos
- 20/11/2025
Doze artefactos históricos foram formalmente devolvidos à Etiópia, na quarta-feira, depois de terem sido levados do país e mantidos por uma família alemã por mais de 100 anos. Os objetos foram originalmente pelo diplomata alemão na Etiópia Franz Weiss e pela mulher, Hedwig, nos anos 20.
A coleção, que inclui coroas, escudos e pinturas, foi considerada culturalmente e historicamente significante para o país e vai agora ficar exposta no Instituto de Estudos Etiópios na Universidade de Addis Ababa. Tratavam-se de presentes ou compras feitas pela família durante o tempo que passaram no país.
Os artefactos foram devolvidos à ministra do Turismo etíope pelo professor Ramon Wyss - cujo pai nasceu durante o tempo que a família passou na Etiópia - e pela sobrinha Alice Weiss, durante uma cerimónia. Segundo disseram, citados pela BBC, a intenção da família era "partilhar a sua beleza com o público e preservar a cultura".
O embaixador alemão, também presente na cerimónia, sublinhou que os artefactos ainda se "mantém como um símbolo da longa relação de amizade" entre os dois países.
Já a ministra Selamawit Kassa, agradeceu à família por "expressarem o seu profundo amor pela Etiópia ao preservarem meticulosamente estes artefactos e garantirem o seu regresso à pátria".
"Os esforços para recuperar artefactos antigos que se encontram nas mãos de indivíduos e instituições em todo o mundo continuarão", rematou.
As peças vão ser expostas ao público em breve, para estudos e investigação académica.
Recorde-se que durante o domínio colonial em África, milhares de artefactos culturais foram saqueados. O apelo dos países africanos pela devolução dos bens saqueados tem obtido algum sucesso nos últimos anos.
Papa devolveu 62 peças a indígenas do Canadá
Ainda nessa senda, o Vaticano devolveu também, esta semana, 62 artefactos aos povos indígenas do Canadá, no âmbito do processo de reconhecimento do papel da Igreja Católica, na repressão das culturas indígenas nas Américas.
Os objetos, entre os quais se contam um caiaque inuit, cintos wampum, clavas de guerra e máscaras foram entregues pelo Papa Leão XIV a uma delegação da Conferência Episcopal Canadiana, durante uma audiência. Tratou-se de uma oferta e de um "sinal concreto de diálogo, respeito e fraternidade".
As negociações para o regresso dos artefactos aceleraram após o pedido de desculpas feito pelo Papa Francisco, em 2022, aos povos indígenas do Canadá. A entrega ocorreu pela mão de um outro Papa, e um século depois da exposição que mostrou os objetos pela primeira vez no Vaticano.
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