Eurodeputada revela que foi "espancada por polícias israelitas"
- 06/10/2025
"Fui espancada ao entrar na carrinha por dois polícias israelitas", disse a representante do partido France Insoumise à Agence France-Press (AFP) no Aeroporto Internacional de Atenas, onde aterrou hoje à tarde com os outros 160 ativistas expulsos, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg.
Rima Hassan indicou que os ativistas têm "muito que denunciar", vestindo, como Greta Thunberg, um fato de treino cinzento, comum nas prisões israelitas.
A eurodeputada franco palestiniana indicou que mais ativistas foram espancados.
"Alguns de nós foram espancados", referiu Hassan.
A deputada disse ainda que não havia camas para dormirem na prisão israelita de alta segurança de Negev, no deserto, onde permaneceram.
"Por vezes éramos 13 a 15 por cela, nem sequer em camas, mas em colchões no chão. Faltava-nos mesmo tudo", indicou a deputada.
Hoje, Israel anunciou a expulsão de 171 ativistas, incluindo a ativista ambiental sueca, Greta Thunberg, após o seu comboio, que tentava romper o bloqueio israelita de Gaza, ter sido intercetado no mar.
Em Atenas, Greta Thunberg mencionou também "os maus-tratos e os abusos que sofreram" durante a detenção, sem entrar em pormenores.
A Global Sumud Flotilla partiu de ??????Espanha, no início de setembro com o objetivo de romper o bloqueio israelita à Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária ao território palestiniano.
Cerca de 50 barcos, que formavam o grupo, foram intercetados pela Marinha israelita ao largo da costa do Egito e da Faixa de Gaza entre quarta-feira e sexta-feira.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves também foram detidos, mas regressaram no à noite domingo a Portugal.
Os detidos portugueses também denunciaram abusos e a falta de direitos dos prisioneiros nas prisões israelitas.
Para os organizadores da flotilha e para a Amnistia Internacional, um movimento que defende os direitos humanos, a detenção dos ativistas foi ilegal.
A guerra no Médio Oriente foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, sendo que a retaliação israelita já provocou mais de 65.000 mortos.
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