Cruz Vermelha Internacional vai dispensar 2.900 trabalhadores
- 21/11/2025
Estes cortes, que deixarão o orçamento em 1,9 mil milhões de euros, são uma resposta à redução das contribuições dos doadores, apesar do contexto de aumento de crises, com mais de 130 conflitos ativos em todo o mundo, afirmou o CICV, em comunicado hoje divulgado.
"A realidade financeira está a obrigar-nos a tomar decisões difíceis para garantir que podemos continuar a prestar assistência humanitária essencial a quem mais precisa", afirmou a presidente da organização, Mirjana Spoljaric, citada no comunicado.
A responsável do CICV, organização fundada em 1863 e especializada em ajuda humanitária em conflitos, insistiu que existe atualmente "uma perigosa convergência entre a escalada de conflitos armados, cortes significativos na ajuda e uma intolerância sistémica às violações do direito internacional".
No entanto, "o CICV continua empenhado em intervir nas linhas da frente dos conflitos, onde poucas outras organizações podem operar", como o Sudão, Israel e Palestina, Ucrânia e República Democrática do Congo, garantiu a presidente.
O CICV, que já tinha anunciado reduções de pessoal em anos anteriores, esclareceu que alguns dos cortes serão feitos através de despedimentos voluntários e pelo não preenchimento de vagas.
A redução do número de trabalhadores tem sido anunciada por várias agências de ajuda humanitária.
Na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou com a necessidade de eliminar quase 1.300 postos de trabalho por causa da saída dos Estados Unidos e dos cortes das contribuições de outros países, que, em conjunto, criaram um défice de 500 milhões de dólares (432 milhões de euros) na agência.
Os Estados Unidos reduziram, este ano, o financiamento às organizações para ajuda humanitária ao cortar o investimento na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), alegando fraude e mau uso de recursos.
A posição dos EUA levou vários outros países a seguir a tendência e diminuir os investimentos.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, referiu que mais de 80% dos programas da USAID foram cancelados.
De acordo com um estudo da revista científica The Lancet publicado em julho, a decisão dos EUA deverá resultar em mais de 14 milhões de mortes prematuras até 2030.
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