Costa faz balanço do 1.º ano no Conselho Europeu: "Foi muito exigente"

  • 21/11/2025

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, fez um balanço sobre o seu primeiro ano no cargo, afirmando que "foi um ano muito exigente do ponto de vista internacional". Numa entrevista, abordou ainda questões sobre a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente.

 

"Foi um ano muito exigente do ponto de vista internacional, onde tivemos de nos focar em várias prioridades. A primeira de todas foi focar-nos numa nova dimensão da União Europeia, que foi a Defesa", começou por referir em entrevista à CNN Portugal. 

António Costa destacou que, desde o início do seu mandato, "avançou-se muito" na área da Defesa, destacando o "sistema de financiamento" e um "plano de investimento para os próximos anos". 

Outra das suas prioridades foi "dar os primeiros passos nas questões relativas à competitividade" e "colocar novos temas na agenda" da União Europeia (UE), que "tenham a ver com o dia a dia dos cidadãos".

"O [desafio] mais exigente foi mentalmente, perceber que hoje tenho um papel diferente. Em vez de tomar decisões, o meu papel fundamental é ajudar os outros a tomar decisões", afirmou.

Sobre a guerra na Ucrânia, António Costa sublinhou que, apesar de parecer longe, é "uma ameaça também à nossa segurança", mas sublinhou que a "União Europeia tem reagido bem".

"Em março de 2022, logo um mês a seguir à invasão da Ucrânia, houve um Conselho Europeu extraordinário e aí tomámos logo a decisão de assumirmos nós próprios maiores responsabilidades na nossa defesa. Era uma mudança absolutamente radical, muitos países eram contra porque diziam que era uma forma de afastar os Estados Unidos ou de enfraquecer a NATO, mas a verdade é que hoje todos compreendemos que a melhor forma de preservar a relação transatlântica é mesmo desenvolver o pilar europeu da NATO e a nossa capacidade de nos defendermos a nós próprios", destacou.

Afirmou, ainda, que a "paz sem defesa é uma ilusão e, para preservar a paz, precisamos de ter uma defesa forte". "Não para atacar os outros, mas para ter um efeito de dissuasão", defendeu. 

António Costa frisou que a UE "tomou a decisão política de assegurar o financiamento das necessidades da Ucrânia, inclusive das necessidades militares, para os próximos dois anos", o que mostra à Rússia que o bloco europeu "não vai abandonar a Ucrânia".

Referiu também que "não haverá cessar-fogo, nem paz, enquanto a Rússia não quiser aceitar o cessar-fogo e a paz". "O presidente Volodymyr Zelensky e a Ucrânia já aceitaram o cessar-fogo e já aceitaram as negociações de paz e o presidente Vladimir Putin [da Rússia] continua sem aceitar", lamentou.

Faixa de Gaza? País da UE "estiveram todos de acordo no essencial"

Já sobre o conflito no Médio Oriente, nomeadamente na Faixa de Gaza, António Costa defendeu que os 27 países-membros da União Europeia "estiveram todos de acordo no essencial", que era "condenar os ataques terroristas do Hamas" em Israel e "dizer que Israel só podia exercer o direito à legítima defesa no respeito pelo direito internacional". 

"Quando entendemos que tinha deixado de esse haver respeito internacional, houve uma clara condenação de Israel e um apelo ao cessar-fogo e ao fim dos colonatos na Cisjordânia e defesa da solução de dois Estados", sublinhou, reconhecendo que "houve uma divergência" sobre a aplicação de sanções a Israel, que acabou por não ficar decidida.

Agora, explicou, a União Europeia está a "trabalhar em duas dimensões fundamentais" relacionadas com a Faixa de Gaza: "Na ajuda humanitária e no apoio à Autoridade Palestiniana para fazer as suas reformas e para se dotar da capacidade ter um controlo efetivo sobre aquele território".

António Costa tomou posse como presidente do Conselho Europeu a 1 de dezembro de 2024

Recorde-se que, a 27 de junho de 2024, os dirigentes da União Europeia elegeram António Costa para o cargo de presidente do Conselho Europeu. O antigo primeiro-ministro português tomou posse a 1 de dezembro de 2024.

Após a demissão na sequência da Operação Influencer, o ex-primeiro-ministro português foi escolhido para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado do bloco europeu, numa nomeação feita por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).

António Costa, sublinhe-se, é o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu.

Leia Também: Costa confiante de que Montenegro pode aderir à UE já em 2028

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2891938/costa-faz-balanco-do-1-ano-no-conselho-europeu-foi-muito-exigente#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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