COP30: Quando fogo começou, houve quem pensasse que gritos eram protesto
- 20/11/2025
A senegalesa Ndéye Fatou estava no pavilhão do seu país quando ouviu gritos que pensou serem de um protesto, mas pouco depois percebeu que havia pessoas em pânico e viu as chamas que já consumiam a tela no teto da COP30.
"Ouvi barulho e pensei que era uma manifestação, mas depois vi o fogo", que era no pavilhão de África, muito perto do do Senegal, disse a senegalesa, que faz parte da delegação oficial do seu país na conferência do clima de Belém, Brasil, onde um incêndio forçou hoje a evacuação da 'Blue Zone', a zona institucional da COP30.
O incêndio começou perto das 14h00 locais (17h00 em Lisboa), junto ao pavilhão de África, no recinto onde decorrem as negociações da COP30 e que é gerida pelas Nações Unidas.
O governador de Pará, Helder Barbalho, e o ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, informaram os jornalistas que o incêndio foi controlado em poucos minutos e que não houve feridos.
Perto das 16h00, a Lusa testemunhou a saída de uma pessoa transportada numa tela por um grupo de bombeiros.
"Não sou uma pessoa de entrar em pânico, mas havia muita gente assustada", relatou Ndéye Fatou à Lusa na zona de saída, onde aguardava novos desenvolvimentos mais de uma hora após a evacuação do recinto.
Ndéye Fatou questionou também a segurança das instalações onde desde o dia 10 decorre a COP30.
Todo o teto da 'Blue Zone' é forrada com uma tela branca, num tecido elástico, de onde saem os holofotes que iluminam a conferência, e a senegalesa apontou o aspeto inflamável do material.
Com a mesma impressão ficaram Maria De León, do Panamá, e Diana Chavez, que disseram ter pensado na segurança dos materiais logo que viu o interior da 'Blue Zone' da COP.
"Não parece muito seguro, é muito inflamável".
As duas ativistas, da FSC Indigenous Foundation, estavam no pavilhão da Índia, também próximo do de África, quando aconteceu o incêndio.
As duas contaram à Lusa que estava muito calor quando começaram a ouvir gritos e ver pessoas a correr.
"Levantámo-nos e quando olhámos o fogo já chegava ao teto, junto ao pavilhão de África".
As jovens indígenas contam que nesse momento havia apenas dois bombeiros no local e que à medida que caminhavam em direção à saída, seguindo as indicações dos seguranças que gritavam 'saiam, saiam', viram outras pessoas, algumas fardadas, outras à paisana, a levar extintores para a zona do incêndio.
Após o incêndio estar controlado o ambiente era de tranquilidade no recinto, com a maior parte das pessoas a abandonarem o local.
A organização da COP30 informou que o "incêndio foi controlado com danos limitados" e que o local não será reaberto antes das 20:00.
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