Chapo pede à academia da polícia estudo aprofundado da crime organizado
- 21/11/2025
"A prevenção e combate à criminalidade, com destaque para o crime organizado e transnacional, o terrorismo, o branqueamento de capitais e o seu financiamento, tráfico de drogas, tráfico de pessoas e de órgãos humanos, raptos, entre outros, devem ser alvo de estudo mais aprofundado, pois são crimes que prejudicam o Estado moçambicano e retraem investimentos, quer nacionais, quer estrangeiros e corroem o tecido social", disse Chapo, ao empossar os novos dirigentes da Acipol.
A Academia de Ciências Policiais (Acipol), que no ano letivo de 2025 abriu mais de 200 vagas para os seus cursos, é a única instituição de formação policial superior no país, "com prestígio e reconhecimento ao nível nacional e internacional", constituindo, destacou o chefe de Estado, "um orgulho para o Estado moçambicano na formação de Oficiais da Polícia da República de Moçambique [PRM]".
Daniel Chapo empossou hoje, na Presidência da República, em Maputo, o oficial superior da PRM Rodrigues Nhiuane Cumbane como reitor da Acipol, e o oficial Ernesto Bernardo Guambe como vice-reitor, tendo destacado na ocasião que aquela academia constitui "motivo de regozijo para todos" pelo "contributo, não só na formação policial, mas também na formação de moçambicanos com outros perfis de saída, incluindo civis".
"Neste sentido, esta instituição de ensino superior tem a obrigação de continuar a contribuir, através de formação adequada de Oficiais da Polícia de Moçambique, na garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas", apontou Chapo, na cerimónia.
Aos novos dirigentes, formados na Acipol, o chefe de Estado pediu prioridade na revisão curricular da academia policial, "que tenha em conta os desafios impostos pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação, com destaque para a Inteligência Artificial".
Igualmente a "integração de conteúdos sobre o terrorismo, que não descurem as dinâmicas atuais de segurança interna" em Moçambique, bem como a elaboração do novo Plano Estratégico da Acipol e atualização dos respetivos instrumentos normativos, além da introdução de novos cursos "que se conformem com a nova legislação do Ensino Superior em Moçambique", focando na "especialização em matérias ligadas à segurança interna".
O chefe de Estado pediu igualmente uma "reflexão contínua e propostas de medidas sobre o impacto das manifestações ilegais e violentas", no âmbito da segurança interna, referindo-se aos protestos que marcaram o país nos cinco meses que se seguiram às eleições gerais de 09 de outubro de 2024, com mais de 400 mortos.
Defendeu também uma "aposta na formação contínua nas diferentes áreas" da Acipol, a inclusão da investigação científica e o ensaio "permanente entre a teoria e a prática", que "devem ser constantemente aprimoradas e ajustadas às novas dinâmicas económicas e sociais".
"Outra perspetiva que deve estar na mira da instituição é a cooperação com outras instituições congéneres, quer no país quer fora do nosso solo pátrio, devendo ser melhor capitalizada para aprimorar as linhas de atuação, propiciando uma maior, capacidade, competência e habilidades no processo de ensino e aprendizagem, com o fim último de prevenir e combater a criminalidade no nosso país", disse ainda Daniel Chapo.
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