Bielorrússia liberta padres acusados de traição após visita de enviado do Papa
- 20/11/2025
Os padres Guenrykh Akalatovitch e Andrzej Iukhnevitch foram perdoados num "gesto de boa vontade" relacionado com uma "intensificação dos contactos" com o Vaticano, segundo a agência Belta.
Akalatovitch, 65 anos, passou mais de um ano detido em Minsk antes de ser condenado a 11 anos de prisão por acusações de espionagem a favor da Polónia e do Vaticano.
Iukhnevitch foi detido em maio de 2024 e condenado a 13 anos de prisão, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
A organização não-governamental bielorrussa (ONG) de defesa dos direitos humanos Viasna disse que não são conhecidos os factos exatos de que Iukhnevitch foi acusado.
O Papa Leão XIV enviou em outubro o cardeal Claudio Gugerotti a Minsk para se encontrar com Lukashenko, no poder desde 1994.
Na Bielorrússia, onde a grande maioria da população é de confissão ortodoxa, a Igreja Católica é frequentemente associada à vizinha Polónia, com a qual as relações estão num nível muito baixo.
Em setembro, um membro do clero polaco, Grzegorz Gawel, foi detido na Bielorrússia por acusações de espionagem.
As autoridades de Minsk disseram na altura que estava na posse de um documento militar classificado como secreto relacionado com exercícios militares conjuntos com a Rússia, país aliado da Bielorrússia.
A Polónia denunciou a detenção de Gawel como uma provocação.
Desde as eleições de 2020, que mantiveram Lukashenko no poder apesar das acusações de fraude, Minsk tem realizado uma vasta operação contra dissidentes que levou dezenas de milhares de pessoas ao exílio, nomeadamente na Polónia.
Segundo a Viasna, há mais de 1.250 prisioneiros políticos na Bielorrússia.
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