António Filipe promete manter comemorações do 10 de Junho junto das comunidades
- 21/11/2025
Em declarações à agência Lusa por telefone a partir de Genebra, na Suíça, onde se encontra em contactos com a comunidade portuguesa, antes de seguir, este sábado, para Paris e, no domingo, para Londres, António Filipe considerou que a tradição, inaugurada por Marcelo Rebelo de Sousa, de comemorar o dia 10 de Junho no estrangeiro é positiva.
"Eu creio que faz sentido manter essa tradição. Nós temos cerca de cinco milhões de cidadãos portugueses a viver além-fronteiras, em muitos países, e é importante que os órgãos de soberania mantenham uma relação o mais estreita possível com os cidadãos", afirmou António Filipe.
O candidato presidencial, apoiado pelo PCP, considerou crucial manter a proximidade junto dos portugueses que se encontram no estrangeiro, não só porque são eleitores e "têm a possibilidade de ter uma participação direta na eleição dos órgãos de soberania", mas também porque estão longe do seu território nacional.
"Estão longe de muitos dos seus familiares e os seus filhos muitas vezes perdem o contacto com Portugal, pelo facto de muitos deles já terem nascido fora do país e estarem integrados noutra sociedade. E, portanto, manter laços com as comunidades é muito importante a todos os níveis", reforçou.
António Filipe prometeu por isso ser próximo das comunidades portuguesas no estrangeiro se for eleito Presidente da República, para mostrar que os órgãos de soberania estão atentos aos seus problemas e que o chefe de Estado está disponível para "usar os seus poderes no sentido de pressionar para que haja uma resolução".
O candidato considerou haver "três níveis de intervenção" particularmente importantes relacionados com as comunidades portuguesas, a começar por garantir que "quem quer permanecer em Portugal tenha condições para o fazer e não tenha de emigrar".
No que se refere aos portugueses que já estão no estrangeiro, António Filipe indicou que é preciso garantir que são bem acolhidos nos países onde estão, o que implica "uma relação diplomática" saudável, e também que, caso queiram regressar a Portugal, haja condições para que o consigam fazer.
Relativamente aos portugueses que estão no estrangeiro e não têm planos para regressar, António Filipe disse que é um dever do Presidente da República dar "mais atenção aos seus problemas, ouvi-los e estar com eles tanto quanto possível".
Questionado se lhe parece que Marcelo Rebelo de Sousa manifestou essa proximidade, António Filipe disse que fê-lo razoavelmente, considerando que o Presidente da República não deve ser criticado pelo relacionamento que manteve com as comunidades.
"Eu acho que designadamente o facto de decidir, com alguma frequência, comemorar o 10 de Junho fora do país, de, quando faz deslocações ao estrangeiro, ter a preocupação de ter contactos com a comunidade portuguesa, eu acho que isso é positivo", elogiou.
No entanto, António Filipe considerou que "deve haver depois uma preocupação de transportar para a intervenção política as preocupações das comunidades portuguesas, com o objetivo de ajudar a resolver problemas que ainda existem", por exemplos relacionados com o acesso ao ensino da língua ou dificuldades burocráticas no apoio consular.
Sobre o objetivo da sua viagem de três dias à Suíça, França e Reino Unido, António Filipe disse que o intuito é "fazer o maior número de contactos possível" com membros da comunidade portuguesa, perceber os seus problemas e o que esperam do próximo Presidente da República.
Entre os pontos de agenda de António Filipe no estrangeiro, está previsto, esta noite, um jantar com apoiantes em Genebra, um comício no sábado nos arredores de Paris e um almoço em Londres no domingo.
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